O Parque Está Aberto!
Jurassic World chegou aos
cinemas com duas missões quase impossíveis: se igualar ao sucesso que foi o
primeiro Jurassic Park, um dos maiores e mais belos blockbusters da história do
cinema, e nos fazer esquecer suas duas sequências extremamente inferiores.
Carregado de expectativas e de ceticismo por parte dos fãs mais aficionados, o
parque foi aberto. Mas o passeio vale a pena?
Anos após a tragédia do Jurassic
Park, um milionário próximo a John Hammond compra os direitos sobre o projeto
da Ilha Nublar e inaugura o Jurassic World, tomando para si o sonho do Parque
dos Dinossauros. Sucesso de público já há alguns anos, as coisas não vão bem
para os bolsos dos investidores, o que obriga os organizadores do Parque a
inventarem cada vez mais atrações. Com a falta de novas amostras de DNA para a
criação de novas espécies de dinossauros, o grupo de cientistas liderados pelo
Dr. Wu (B. D. Wong retornando ao papel do filme original) resolve criar um
dinossauro geneticamente modificado, um híbrido de outras espécies. É aí que as
coisas começam a dar errado.
É certo dizer que o filme
não é perfeito, então vou passar logo pelo que não funciona. Em primeiro lugar,
isso não é Jurassic Park. Nunca mais vai existir Jurassic Park e temos que nos
contentar com isso. A sensação de filme de verão pra arrecadar dinheiro é
explícita. Alguns dos personagens são sofríveis, principalmente o personagem de
Vicent D'onofrio (grande decepção após sua incrível atuação em Demolidor). Cada
vez que ele está em tela, a magia do filme vai por água abaixo e o espectador é
deixado às moscas com um arquétipo de vilão sem a menor preocupação com uma
construção de personagem decente.
Ver ainda que mais de 20
anos depois, ainda não vemos dinossauros em tela que pareçam tão reais quanto
os vistos no filme original é imperdoável. O abuso do CGI ajuda nas sequências
de ação, mas nos passa mais a sensação de um filme de monstros do que de
dinossauros reais. Furos de roteiro, soluções mal explicadas e cenas
esquecíveis completam o argumento do porque esse filme não ser melhor.
Mas o que funciona?
O Mundo dos Dinossauros é um
filme extremamente divertido. A sensação de encantamento e magia ao ver os
primeiros dinossauros em tela, como funcionam as atrações do parque, a relação
de Owen (Chris Pratt) com os raptors, tudo remete as mesmas emoções do primeiro
filme. O equilíbrio de encanto com tensão também é dosado perfeitamente. Como é
tradição na série, passamos de filme de aventura para filme de ação e terror em
apenas alguns instantes de erros humanos. A tensão quando o famigerado
Indominus Rex está por perto é quase palpável, e personagens carismáticos nos
fazem torcer para que as coisas não deem errado. O filme consegue te deixar na
ponta da cadeira a cada vez que um dinossauro está em tela, ou somente parece
que está.
Falando um pouco da relação
de amizade dos raptors com o personagem de Pratt, essa era minha maior
preocupação com o filme. Os raptors sempre foram os grandes vilões da série,
como alguém poderia domesticar essas máquinas de matar? Pois de todos os erros
que o filme comete, esse não é um deles. A relação de confiança entre Owen e os
animais é muito bem explicada, fiquei convencido. E essa relação traz mais
surpresas durante o filme do que eu imaginava, o que foi ótimo.
Jurassic World entrega uma
aventura empolgante, emocionante e divertida amarrada por um roteiro simples,
carregado de erros e preguiça de fazer um filme melhor. Da série, é a melhor
continuação, mas como o próprio filme faz questão de mencionar em uma de suas
cenas, “o primeiro parque era muito mais legal”.
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