terça-feira, 23 de junho de 2015

Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros

O Parque Está Aberto!


Jurassic World chegou aos cinemas com duas missões quase impossíveis: se igualar ao sucesso que foi o primeiro Jurassic Park, um dos maiores e mais belos blockbusters da história do cinema, e nos fazer esquecer suas duas sequências extremamente inferiores. Carregado de expectativas e de ceticismo por parte dos fãs mais aficionados, o parque foi aberto. Mas o passeio vale a pena?


Anos após a tragédia do Jurassic Park, um milionário próximo a John Hammond compra os direitos sobre o projeto da Ilha Nublar e inaugura o Jurassic World, tomando para si o sonho do Parque dos Dinossauros. Sucesso de público já há alguns anos, as coisas não vão bem para os bolsos dos investidores, o que obriga os organizadores do Parque a inventarem cada vez mais atrações. Com a falta de novas amostras de DNA para a criação de novas espécies de dinossauros, o grupo de cientistas liderados pelo Dr. Wu (B. D. Wong retornando ao papel do filme original) resolve criar um dinossauro geneticamente modificado, um híbrido de outras espécies. É aí que as coisas começam a dar errado. 

É certo dizer que o filme não é perfeito, então vou passar logo pelo que não funciona. Em primeiro lugar, isso não é Jurassic Park. Nunca mais vai existir Jurassic Park e temos que nos contentar com isso. A sensação de filme de verão pra arrecadar dinheiro é explícita. Alguns dos personagens são sofríveis, principalmente o personagem de Vicent D'onofrio (grande decepção após sua incrível atuação em Demolidor). Cada vez que ele está em tela, a magia do filme vai por água abaixo e o espectador é deixado às moscas com um arquétipo de vilão sem a menor preocupação com uma construção de personagem decente.

Ver ainda que mais de 20 anos depois, ainda não vemos dinossauros em tela que pareçam tão reais quanto os vistos no filme original é imperdoável. O abuso do CGI ajuda nas sequências de ação, mas nos passa mais a sensação de um filme de monstros do que de dinossauros reais. Furos de roteiro, soluções mal explicadas e cenas esquecíveis completam o argumento do porque esse filme não ser melhor.

Mas o que funciona?


O Mundo dos Dinossauros é um filme extremamente divertido. A sensação de encantamento e magia ao ver os primeiros dinossauros em tela, como funcionam as atrações do parque, a relação de Owen (Chris Pratt) com os raptors, tudo remete as mesmas emoções do primeiro filme. O equilíbrio de encanto com tensão também é dosado perfeitamente. Como é tradição na série, passamos de filme de aventura para filme de ação e terror em apenas alguns instantes de erros humanos. A tensão quando o famigerado Indominus Rex está por perto é quase palpável, e personagens carismáticos nos fazem torcer para que as coisas não deem errado. O filme consegue te deixar na ponta da cadeira a cada vez que um dinossauro está em tela, ou somente parece que está.

Falando um pouco da relação de amizade dos raptors com o personagem de Pratt, essa era minha maior preocupação com o filme. Os raptors sempre foram os grandes vilões da série, como alguém poderia domesticar essas máquinas de matar? Pois de todos os erros que o filme comete, esse não é um deles. A relação de confiança entre Owen e os animais é muito bem explicada, fiquei convencido. E essa relação traz mais surpresas durante o filme do que eu imaginava, o que foi ótimo.


Jurassic World entrega uma aventura empolgante, emocionante e divertida amarrada por um roteiro simples, carregado de erros e preguiça de fazer um filme melhor. Da série, é a melhor continuação, mas como o próprio filme faz questão de mencionar em uma de suas cenas, “o primeiro parque era muito mais legal”.

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